domingo, 11 de julho de 2010

Os cinco sentidos da poesia

                                                       à Mario Quintana


Leio Quintana diariamente

como se cotidiana a mente

precisasse de um comprimido

pra combater a cegueira.


Leio em voz alta a primeira

poesia

e terapia

para os males do ouvido,

entupido pelo fato

ou fatos do dia-a-dia.



Então percebo apagado

e embotado o olfato

que cheira as modas da mídia;

Outro poema socorre

recuperando o nasal,



mas, sofro de outro mal:

me falta agora ter gosto

no meio deste desgosto

de dimensão nacional.

Viro a pagina e lá está

uma poção exemplar

pros males do paladar,

resgatando o doce e o sal.



O tato não mais resiste,

um fato me deixa triste:

não posso sentir os dedos.



O que fazer dos meus medos

no meio da selva insana?

A última página salva

numa lista intitulada:

outras obras do Quintana.













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