domingo, 5 de dezembro de 2010

QUE REVOLUÇÃO...?!!!

Sei disso não

Disse o meu coração

Quando perguntado de súbito

Pela tal Revolução

O cérebro disse : analiso!

E a partir deste aviso

Cessou todo o improviso

E também toda ilusão

As pernas, então sem raça,

Disseram: "Pra que te tenho... "

E mostraram todo o empenho

De cumprir esta ameaça


A vista toda se embaça

O sorriso perde a graça

Não sei nem o que se passa

Nessa tal Revolução!?

O pulmão com mal asmático

O fígado de coma hepático

Um rim falou todo enfático

Vou trancar a filtração!


O outro: não tranque não!

Deixe de ser linha-dura

Reveja sua postura

Perante toda a nação!

Então falou o intestino:

Que fado, que desatino!

Nem com óleo de ricino!

E recolheu-se à prisão


de ventre. Quedou-se inchado

O tubo grosso e o delgado.

O apêndice ameaçado

Prometeu inflamação

Em seu socorro a bexiga

Mostrando-se sua amiga

Querendo parar a briga

Propôs uma solução

Sem se mostrar muito afoita

Mas também sem retenção

Atrás da primeira moita

Apresentou micção

O sangue que corre em tudo

Artéria, veia, canudo

Continente ou conteúdo

Deu aumento de pressão


Sentindo-se “solitária”

“Uma simples operária”

“A última coronária”

Prometeu obstrução

Ouvindo tudo o ouvido

Não se sentiu deprimido

Com seu martelo e estribo

Auscultou a situação


Bancando amigo-da-onça

Passou então a responsa

De toda esta geringonça

Para a Reprodução

O testiculo, o útero, o ovário

O espermatozóide vário

Compôs com o óvulo o cenário

Do Dia da Criação


Matou então a charada

Toda esta embrulhada

Não tinha outra morada:

Senão Amor e Paixão