Evola seu corpo pleno de mistérios, oh! vinho!
Que a língua lhe possa libertar, quantos sabores!
E ao tocar-nos o céu da boca
nos transcenda ao nosso merecido céu.
A boca iluminada dos seus fulgores,
lanças de ouro lhe transpassem o paladar;
e sobre papilas inebriadas passeie loucas volutas
de gozo e de luz!
Santo Baco, entre nós se insinue,
inundando de prazeres a Razão, mais pura
e eleve em sublime embriaguez
nossa língua nua
aos céus das lícitas loucuras!
Traga de longe o xisto, o húmus, o couro.
Traga a fruta dormida no sereno
e o amarelo-sol do meio dia.
Traga a fonte escura que lhe banha os pés
e a vertente íngreme da montanha!
Traga enfim o sagrado trago
do suor do Homem que o faz nascer!
Nenhum comentário:
Postar um comentário