quinta-feira, 22 de julho de 2010

O vinho


Evola seu corpo pleno de mistérios, oh! vinho!

Que a língua lhe possa libertar, quantos sabores!

E ao tocar-nos o céu da boca

nos transcenda ao nosso merecido céu.

A boca iluminada dos seus fulgores,

lanças de ouro lhe transpassem o paladar;

e sobre papilas inebriadas passeie loucas volutas

de gozo e de luz!

Santo Baco, entre nós se insinue,

inundando de prazeres a Razão, mais pura

e eleve em sublime embriaguez

nossa língua nua

aos céus das lícitas loucuras!

Traga de longe o xisto, o húmus, o couro.

Traga a fruta dormida no sereno

e o amarelo-sol do meio dia.

Traga a fonte escura que lhe banha os pés

e a vertente íngreme da montanha!

Traga enfim o sagrado trago

do suor do Homem que o faz nascer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário