do homem que vai para o trabalho,
passeia silencioso entre os casais de namorados e
aperta o coração de quem desvanece os seus males;
Na cidade a agressão se alimenta nos sinais vermelhos,
se camufla nas campanhas de transito,
se entrincheira na frieza das garagens,
e explode na falsa alegria dos shoppings
Na cidade a violência é no Homem,
do Homem,
pelo Homem,
para o Homem
Na cidade o ódio se destila disfarçado nos estádios,
se movimenta velozmente nos carros,
se entrincheira nas antipropagandas dos cigarros,
e descansa confusamente nos bares
A cidade cozinha lentamente a sua ira
no interior dos lares;
Se insinua no entremeio das relações,
e se cristaliza nos status e papeis;
Cochila embalada em caixas de papelão,
embaixo das pontes e viadutos,
e boceja preguiçosa sob as marquises
A cidade nem mesmo dorme a dor das suas feridas
e não acorda do seu sonho (talvez) utópico.
Sua esperança cheira cola, borbulha sabão nas sinaleiras,
e se frustra no ventre precocemente estufado das suas meninas.
Seus sonhos são povoados por aflitos apitos e sirenes,
mas ninguém ouve seus socorros e seus surdos ais.
A corrupção embota sua alma e mutila suas intenções.
A cidade é uma teia que aprisiona o espirito do homem
e entorpece a sua dimensão universal.
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