terça-feira, 19 de outubro de 2010

Violencia Urbana

Na cidade o medo acompanha o passo

do homem que vai para o trabalho,

passeia silencioso entre os casais de namorados e

aperta o coração de quem desvanece os seus males;



Na cidade a agressão se alimenta nos sinais vermelhos,

se camufla nas campanhas de transito,

se entrincheira na frieza das garagens,

e explode na falsa alegria dos shoppings



Na cidade a violência é no Homem,

do Homem,

       pelo Homem,

             para o Homem

Na cidade o ódio se destila disfarçado nos estádios,

se movimenta velozmente nos carros,

se entrincheira nas antipropagandas dos cigarros,

e descansa confusamente nos bares



A cidade cozinha lentamente a sua ira

no interior dos lares;

Se insinua no entremeio das relações,

e se cristaliza nos status e papeis;

Cochila embalada em caixas de papelão,

embaixo das pontes e viadutos,

e boceja preguiçosa sob as marquises



A cidade nem mesmo dorme a dor das suas feridas

e não acorda do seu sonho (talvez) utópico.

Sua esperança cheira cola, borbulha sabão nas sinaleiras,

e se frustra no ventre precocemente estufado das suas meninas.

Seus sonhos são povoados por aflitos apitos e sirenes,

mas ninguém ouve seus socorros e seus surdos ais.

A corrupção embota sua alma e mutila suas intenções.



A cidade é uma teia que aprisiona o espirito do homem
e entorpece a sua dimensão universal.

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