que escorre dos meus olhos,
e um rio represo
que me inunda a alma;
Sou filho do rio,
de ver passar largo e lento,
de ver correr vagamente
por entre pedras e peixes;
Tenho a alma cheia
da sua corrente
e sua vontade perene
de voltas.
De não volta.
salgado trago
e navego embriagado
em seus azuis.
Temo o rio,
de transbordar as margens,
de derrubar as pontes,
de arrancar os barcos,
e soçobrar amores.
Temo dores;
Nego o rio selvagem,
desabrido,
de desabadas quedas;
rio liberto,
de vomitar nascentes.
Guardo um mar em mim,secreto abismo,
em vontades ostras,
de profundos sentimentos .
Ouço o rio calado
passando em mim,
por mim,
na sua timidez fluvial;
Ouço sua cantiga mágoa,úmido lamento,
em vagas vagas;
Ouço o seu silencio fluido,
de plantas que passam;
tristeza de rio,
que não estanca.
Prendo um mar em mim,
senhor das ondas,
domínio das marés;
Mar de ferro,
têmpera de deuses
com tridentes;
Calo enfim,
um mar revel,
de ácidos humores,
de bravio temporal.
Mas não o rio,
de placidez bovina,
de mansos cardumes
atravessando seus rios;
Mas não o curso
pacifico, monótono,
que passa mirando,
que guarda minha face
e me leva,
além,
em seus espelhos
Não é sempre o mesmo rio
o que vejo
correndo para o mar.
Nem é sempre o mesmo mar.
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