À Mario Quintana
Leio Quintana diariamente
como se cotidiana, a mente
precisasse de um comprimido
pra combater a cegueira.
Leio em voz alta
a primeira
poesia
e terapia
para os males do ouvido,
entupido pelo fato,
ou fatos do dia-a-dia.
Então percebo apagado
e embotado o olfato,
que cheira as modas da mídia;
Outro poema socorre
recuperando o nasal,
mas, sofro de outro mal:
me falta sentir o gosto
no meio deste desgosto
de dimensão nacional.
Viro a pagina e lá está
uma poção exemplar
pros males do paladar,
resgatando o doce e o sal.
O tato não mais resiste,
um fato me deixa triste:
não posso sentir os dedos.
O que fazer dos meus medos
no meio da selva insana?
A última página salva
numa lista intitulada
“Outras obras do Quintana”.
Simplesmente... fantástico!
ResponderExcluirSuas palavras alcançam as pessoas de modo marcante, forte.
São intensas. Como explicar?
Não é o que se lê... é...
O que se sente.
Traduziu Mário Quintana como a necessidade vital que o é para quem ama palavras bem escritas.
Parabéns!
Renata Araújo Machado